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A carteira da EDPR atinge 12,5 GW de capacidade instalada

Quinta-feira 13, Maio 2021

Os resultados financeiros foram impactados pelo acontecimento climatérico adverso no Texas e pela diminuição dos recursos eólicos nos Estados Unidos no período analisado, uma situação que se normalizou desde Março.

Estes eventos tiveram impacto no EBITDA, que foi de 269 milhões de euros (-21% em comparação com o primeiro trimestre de 2020), e no resultado líquido, que atingiu 38 milhões de euros (-39%).

O negócio na Europa e no Brasil registou um crescimento sólido e o seu EBITDA aumentou em mais de 22 milhões de euros, em comparação com o mesmo período de 2020.

A EDP Renewables (Euronext: EDPR), líder mundial no sector das energias renováveis e o quarto maior produtor mundial de energias renováveis, impulsionou o crescimento da sua carteira de ativos operacionais no primeiro trimestre do ano para 12,5 GW, mais 1,9 GW do que no mesmo período do ano anterior. Deste total, 11,7 GW estão totalmente consolidados e 711 MW consolidados por equity (participações em projetos em Espanha, Portugal, EUA, assim como em projetos offshore).

Concretamente, a EDPR adicionou um total de 1.870 MW de capacidade eólica e solar no primeiro trimestre, dos quais 1.782 MW foram totalmente consolidados. Por geografias, 652 MW correspondem à Europa - incluindo a aquisição do negócio de energias renováveis de Viesgo -, 1.025 MW à América do Norte e 105 MW ao Brasil. Por outro lado, a empresa fez uma rotação de 639 MW líquidos neste período.

Além disso, a 31 de Março, a EDPR tinha 2,9 GW de nova capacidade em construção: 2.226 MW de energia eólica onshore, 404 MW de energia solar e 269 MW correspondentes a participações em projetos eólicos offshore.


Resultados financeiros

Embora a EDPR tenha registado no primeiro trimestre um fator de carga de 34% (+0,4 pp), com uma recuperação significativa na Europa e no Brasil, os resultados financeiros da empresa foram particularmente impactados pelo acontecimento climatérico adverso que teve lugar no estado do Texas em Fevereiro e cujos efeitos no sistema eléctrico foram notificados pelo ERCOT (Electric Reliability Council of Texas). 

Para além desta situação extraordinária, que levou ao corte do fornecimento de eletricidade a milhões de utilizadores, houve também menos recursos eólicos nos EUA durante o período, uma situação que, no entanto, foi normalizada desde Março. 

Os eventos acima mencionados tiveram impacto, particularmente, no EBITDA do grupo, que no final de Março era de 269 milhões de euros (-21% que no mesmo período homologo) e no EBIT, que era de 126 milhões de euros (-35% que no mesmo período homologo). O resultado líquido totalizou 38 milhões de euros, menos 39% em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. 

No entanto, é de notar que o negócio na Europa e no Brasil registou um desempenho sólido, como evidenciado pelo aumento do EBITDA nesta região em 22 milhões de euros em comparação com o mesmo período em 2020.

Receitas pelo valor de 448 milhões de euros (-8% que o período homologo do ano anterior).  O impacto da capacidade MW (-14 milhões de euros que o mesmo trimestre de 2020, incluindo transações de sell-down), preços de venda mais baixos (-16 milhões de euros que o período homologo do ano anterior, excluindo vendas), forex e outros (-18 milhões de euros que o mesmo trimestre de 2020) não foram compensados pelo recurso eólico ligeiramente superior (+9 milhões de euros vs primeiro trimestre de 2020).  


Situação financeira sólida

A dívida líquida totalizava 4.648 milhões de euros (mais 1.205 milhões de euros do que no final do ano), refletindo a otimização de Tesouraria durante o primeiro trimestre, dado o aumento de capital realizado em Abril.

Este aumento de capital, no montante de 1.500 milhões de euros, permitirá à empresa financiar o plano de Capex de cerca de 19 mil milhões de euros que faz parte do seu plano estratégico, com o objetivo de implantar cerca de 20 GW de energia renovável até 2025. Além disso, o aumento de capital melhorou a posição da EDPR nos mercados de capitais e reforça a posição de liderança da empresa no caminho para a descarbonização da economia.


Progressos no plano de negócios

A EDPR tem 6,4GW garantidos e uma alta visibilidade sobre a capacidade adicional que pode ser assegurada a curto prazo. No final do primeiro trimestre, a empresa tinha 2,5 GW de PPA’s em negociação ou em processos muito avançados, e, espera realizar leilões de 30 GW nos mercados onde a EDPR opera ao longo de 2021.

Além disso, a EDPR continua a fazer progressos nos seus planos de rotação de ativos, em conformidade com as metas estabelecidas no seu plano estratégico de rotação de 8.000 milhões de euros, a uma taxa de 1,4 GW por ano entre 2021 e 2023 e 1,5 GW por ano entre 2024 e 2025. A empresa tem boa visibilidade para 2021, com 1,1 mil milhões de euros já assinados nos Estados Unidos e vários processos em curso na Europa que estão a suscitar grande interesse. Assim, a empresa está no bom caminho para obter mais de 300 milhões de euros de ganhos de capital em 2021.

No primeiro trimestre do ano, a EDPR produziu 8,1 TWh de energia limpa, 5% mais do que no ano anterior, evitando a emissão de 5 milhões de toneladas de CO2. Desta forma, o grupo continua a avançar no caminho da descarbonização, contribuindo para melhorar as perspectivas do sector.